sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Heleninha Bortone também encantava com suas palavras e versos



Heleninha com seu jeito meigo e voz suave encantou a região amazônica.
 Foto: Marcello Casal.
Além de radialista, escritora e professora, Heleninha era excelente cantora, de voz doce e apaixonada; e também uma poetisa que encantava com suas palavras e versos. Sem nenhum livro de poesia publicado seus textos estão na memória de amigos e familiares.  

É do meu amor que vives!
Você não é homem...
Você é um bicho! ... Louco... alucinado...
Um lixo!
Vive numa redoma de vidro para abafar o cheiro da tua covardia.
Dizem que em tempos idos foste forte ...mas que importa... é assim que te vejo
Anjo ...doido!
Cavalo de raça ... vem ... me cobre de graça e prova o teu nome.
Grita ... rola ... eu aplaudo e morro de rir da tua fúria.
Eu vou te infernizar com minhas manhas e te embebedar com meu veneno.
E não irás mais embora por que te acostumarás com minha mordida.
Beberei teu sangue gota a gota e te lavarei as chagas com ervas ...
Mas conservarei uma para que precises desta dor constante e das minhas ervas.
Vem ... conta a tua estória e eu ouvirei como se fosse minha ...
Não tenha medo que eu não sou um perigo,
Embora não traga a bandeira da paz na minha mão sempre.

Mas vem ... pois é aqui o teu porto.
É na minha loucura que te escondes.
É na minha relva que deitas...
É no meu fogo que te banhas...
É do meu amor que vives!

Helena Ardito Bortone
São Paulo, julho de 1976

Outro texto de Heleninha Bortone é o Poema para um Amigo gravado pelo locutor Clemente Drago. O radialista que durante mais de 20 anos apresentou o programa Voz do Brasil conviveu com Heleninha e fez o registro do texto em sua voz.

 
 Acompanhe o "Poema para um Amigo" em um vídeo enviado por Clemente Drago ao blog Encontro com Tia Leninha.

2 comentários:

  1. Ai que lembranças Boas...Saudades da minha primeira educadora, que me ensinava coisas lindas e me fazia sonhar com lindas histórias. Querida Tia você será eternizada no meu coração.

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  2. Eu sou fã da tia Heleninha, desde os meus treze anos. Fico muito triste por não poder conversar sobre os tempos bons, tempos de felicidades.

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